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Leio agora um breve fragmento duma história escrita por Fernando Pessoa, “A hora do diabo”. Depois mi traduction in interlingua. Video.
“A musica *), o luar e os sonhos são as minhas armas magicas. Mas por musica não deve entender-se só aquella que se toca, se não tambem aquella que fica eternamente por tocar. Por luar, ainda, não se deve supôr que se falla só do que vem da Lua e faz as arvores grandes perfis; ha outro luar, que o mesmo Sol não exclui, e obscurece em pleno dia o que as coisas fingem ser. Só os sonhos são sempre o que são. E’ o lado de nos em que nascemos e em que somos sempre naturaes e nossos.”
In interlingua:
“Le musica, le claro de luna e le sonios son mi armas magic. Mais per musica on non debe intender solo le qual on sona, sinon tamben cello que remane eternemente pro sonar. Alsi quanto al claro de luna, on non debe supponer que on parla solo de lo que veni del Luna e face le arbores grande profilos; il ha un altere luce de luna, que le Sol mesme non exclude, e obscura in plen die lo que le cosas finge esser. Solo le sonios son sempre lo que son. Il es le latere de nos in que nos nasceva e in que somos sempre natural e nostre.”
*) Musica e magicas, não música e mágicas, numa ortografia reconstruída, portanto como provavelmente o próprio Fernando Pessoa a escreveu.