Hieronder een gedicht van Laurens Windig, vertaald door Ruud Harmsen, in samenwerking (en die was hard nodig ook!) met João Rocha.

Poema escrito em neerlandês por Laurens Windig, traduzido para português por Ruud Harmsen, em cooperaçao (que certamente precisei!) com João Rocha.


Deusa do Fado

(MP3)

1. (RH Ouvir LE)

Como presa que não foge
Ela leva-me cativo
Da saudade e da alegria
soberana

2. (RH Ouvir LE)

Como sereia
De braços estendidos
Voluptuosamente, levanta-me
Alto acima do corpo dela
E mostra-me à água
E ao horizonte em rubro poente

3. (RH Ouvir LE)

Os seus olhos em fogo
Ateiam-me em chamas
Acorrentado arrasta-me
Pelas calçadas e escadas da Alfama
E lança-me à Praça do Comércio
Como uma oferta ao altar do Tejo.

4. (RH Ouvir LE)

Estende o seu xaile negro
Sobre o meu corpo tremente
Na sua voz nasce um canto belo
E risca como uma navalha
O fado no meu coração
Saudade e perdão.

5. (RH Ouvir LE)

O seu sopro afaga e segreda:
Era isto que tanto querias, não era?
Vem descer os largos degraus ao rio
Entrega o teu corpo à corrente vagarosa
Flutua nas cordas finas das guitarras
Lentamente sobre as águas do Tejo.

6. (RH Ouvir LE)

Planando em visões
Sobre as colinas de Lisboa
Passando igrejas, mosteiros e palácios
Bairro Alto, Cidade Baixa e Belém
Saudade e graça
Canta a sua voz:

7. (RH Ouvir LE)

Quando acordares, meu amor,
Dos sonhos da doce ansiedade
Que te rasgam o coração
E te lembrares de mim
Depois de tantos anos
Verás a minha imagem ainda pura

8. (RH Ouvir LE)

Cumpriu-se o meu triste destino
A saudade em segredo revelada:
Só para aqueles
Que sem mim desesperam
Escuta-me, meu amante,
Canto para ti até adormeceres.




Sobre as gravações MP3s e WAV: Designei por "RH" as que leu o tradutor (com sotaque africano, disse-me Luís Eusébio, mas eu não acho (:-)), e por "LE" as que leu Luís Eusébio.

Copyright © 2002 Ruud Harmsen & João Rocha.
Copyright © original poem Laurens Windig